Maputo: Retoma a Fiscalização Dos Chapeiros Que Encurtam Rotas

Por Jornal Creator 


O Conselho Municipal de Maputo deu início, esta segunda-feira, a uma operação intensiva de fiscalização aos transportes semi-colectivos de passageiros, popularmente conhecidos como “chapas”. A acção, liderada pela Polícia Municipal em articulação com outras entidades reguladoras, visa combater práticas irregulares que têm minado a mobilidade urbana da capital moçambicana.
Depois de um longo período de tolerância e críticas crescentes da população, as autoridades decidiram agir com firmeza para reorganizar o setor dos transportes públicos, que há anos opera com níveis preocupantes de desordem. As medidas agora retomadas procuram responder a reclamações constantes sobre o desrespeito pelas rotas oficiais, desvios não autorizados, paragens em locais impróprios e a proliferação de terminais clandestinos.
Entre os focos prioritários da operação estão zonas de elevado tráfego e histórico de desorganização crónica, como o Zimpeto, Praça dos Combatentes (Xiquelene), Jardim da Liberdade (Madjermane), Albazine e Costa do Sol. Nestes pontos, as autoridades esperam impor uma nova ordem, com maior controlo sobre as rotas e pontos de embarque e desembarque.
Segundo o Gabinete de Comunicação e Imagem do Município, os fiscais estarão atentos a vários aspectos, incluindo a identificação clara das rotas nos veículos, a operação dentro dos limites autorizados e o uso exclusivo dos terminais oficiais.

A iniciativa é encarada como uma resposta às queixas dos utentes, que diariamente enfrentam atrasos, superlotação e insegurança. Com os “chapas” frequentemente a escolherem rotas mais curtas e lucrativas, muitos passageiros ficam à mercê de um sistema sem previsibilidade ou disciplina.
Além da repressão directa, o município apela à colaboração activa de todos os intervenientes — desde os operadores até os passageiros. A visão é clara: apenas com responsabilidade partilhada será possível construir um transporte público funcional, digno e seguro.

Especialistas sublinham, no entanto, que esta retoma de fiscalização só surtirá efeitos duradouros se acompanhada por outras medidas estruturantes: investimento em infraestruturas de apoio, campanhas de educação cívica e um diálogo aberto e contínuo com os motoristas e suas associações.

Se bem implementada, esta ofensiva poderá representar um ponto de viragem real na mobilidade urbana de Maputo. O tempo e a coerência das acções dirão se este é um passo rumo à ordem... ou apenas mais uma marcha provisória contra o caos.






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