Por Jornal Creator
Maputo — A carteira móvel e-Mola foi a grande protagonista do sistema financeiro moçambicano em 2024, ao movimentar impressionantes 822,87 mil milhões de meticais, superando não apenas todas as outras carteiras móveis, mas também os maiores bancos comerciais do país.
Segundo dados compilados sobre o total de transações realizadas entre janeiro e dezembro de 2024, a e-Mola — com 1,38 mil milhões de transações — superou isoladamente o volume movimentado por bancos tradicionais como o Banco Comercial de Investimento (BCI), que embora tenha liderado em número de transações bancárias (89,17 milhões), movimentou 233,67 mil milhões de meticais, quase três vezes menos que a carteira digital da TMCEL.
A M-Pesa, tradicional concorrente da e-Mola operada pela Vodacom, aparece como segunda maior plataforma em volume transacionado entre as carteiras móveis, com 546,52 mil milhões de meticais. A carteira mKesh, da Movitel, movimentou 641,85 milhões de meticais, muito aquém das líderes.
O crescimento exponencial da e-Mola evidencia a crescente digitalização das finanças pessoais e empresariais em Moçambique, sobretudo entre os cidadãos que antes não tinham acesso facilitado ao sistema bancário convencional. A agilidade, acessibilidade e abrangência territorial parecem ter sido determinantes para a sua preferência no mercado.
Bancos comerciais ainda dominam em transações de grande volume
Apesar da liderança da e-Mola em termos absolutos, os bancos comerciais continuam a desempenhar um papel fundamental nas grandes operações financeiras. O Millennium BIM (206,20 mil milhões de meticais) e o próprio BCI seguem entre os principais agentes financeiros em termos de volume.
O dado curioso, no entanto, é que mesmo somando o total transacionado por todos os 16 bancos listados na tabela (cerca de 771 mil milhões de meticais), o valor ainda é inferior ao montante movimentado apenas pela e-Mola.