PLANO DO GOVERNO REJEITADO: Oposição Em Pé de Guerra Contra FRELIMO por Iludir o Povo No PESOE 2025

Maputo, 9 de maio de 2025 por Jornal Creator 

O debate em torno do Plano Económico e Social e Orçamento do Estado (PESOE) para 2025 arrancou sob fortes críticas da oposição, nesta sexta-feira, 9 de Maio, após dois adiamentos consecutivos. As bancadas parlamentares da RENAMO, MDM e PODEMOS ergueram a voz em uníssono contra a proposta do Governo, acusando-a de ser um “exercício de propaganda” sem conexão com as reais necessidades dos moçambicanos.

Para os partidos da oposição, o PESOE 2025 falha redondamente em apresentar respostas concretas à crise social e económica que o país enfrenta, sendo, segundo eles, um documento carregado de lacunas graves, previsões fantasiosas e fragilidades técnicas. Em contraste, a FRELIMO defende com veemência a proposta, considerando-a “estratégica e estruturante” para o futuro do país.


RENAMO: “Plano carece de legitimidade popular”

A RENAMO foi contundente ao afirmar que o PESOE é a tradução de promessas eleitorais que não obtiveram o aval dos moçambicanos nas eleições de Outubro de 2024. Para o principal partido da oposição, a falta de legitimidade do actual Governo está patente nas recentes manifestações e episódios de violência, que demonstram um país em ebulição social.

A bancada apontou ainda a ausência de compromissos com a despartidarização do Estado e uma fragilidade fiscal profunda. “Estamos perante um plano sem suporte financeiro claro, com um défice enorme que não se sabe como será colmatado”, referiu o grupo parlamentar, exigindo a rejeição imediata do documento.


PODEMOS: “Receitas ilusórias e desequilíbrio orçamental”

O partido PODEMOS, por sua vez, denunciou o desalinhamento total entre os objetivos estratégicos do Governo e a distribuição dos recursos. “O plano assenta em receitas superestimadas e mal justificadas tecnicamente. Trata-se de um castelo de areia que não se sustenta diante da realidade económica nacional”, argumentou a bancada.

O partido propõe uma reforma urgente do modelo orçamental, com cortes drásticos na despesa corrente e um novo foco: investir pelo menos 55% do orçamento em saúde, educação e infra-estruturas. Para PODEMOS, sem justiça orçamental, o país continuará mergulhado na estagnação.


MDM: “Mapa orçamental é um copy-paste viciado”

Para o MDM, o Governo falhou até nos aspetos mais básicos da elaboração orçamental. “Recebemos mapas orçamentais reciclados, com números inconsistentes e armadilhas que facilitam o desvio de fundos públicos”, denunciou a bancada, reforçando que identificou um buraco de mais de 20 mil milhões de meticais no défice declarado.

O partido acusou ainda o PESOE de estar desfasado das urgências nacionais, e de perpetuar a precariedade, o desemprego e o avanço da pobreza. “Este plano não é uma bússola para o progresso; é uma repetição cansativa de falácias que ignoram o sofrimento do povo”, sentenciou.


FRELIMO: “Instrumento de transformação nacional”

Na defensiva, a FRELIMO enalteceu o PESOE como um documento inovador, alinhado com os grandes marcos estratégicos do país, incluindo a Estratégia Nacional de Desenvolvimento (ENDE 2025–2044) e o Plano Quinquenal do Governo (PQG 2025–2029).

Segundo o partido no poder, o PESOE projeta um caminho sólido para o crescimento económico inclusivo, redução das desigualdades, fortalecimento institucional e criação de oportunidades de emprego para jovens e mulheres. “Trata-se de um plano que garante a soberania nacional, aposta na educação, saúde, agricultura e na estabilidade macroeconómica”, defendeu a bancada da FRELIMO, acrescentando que o crescimento económico previsto de 2,9% será a âncora para a recuperação do país.


Conclusão: Parlamento dividido, futuro em suspenso

O PESOE 2025 revelou-se mais do que um simples documento de governação — tornou-se o campo de batalha das visões opostas sobre o futuro de Moçambique. Com uma oposição firme na reprovação e o partido no poder determinado em avançar, o desfecho deste embate poderá ditar os contornos económicos e sociais do próximo ano. O povo, entretanto, aguarda respostas concretas — e não mais promessas em papel.


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