PRM Justifica Detenção de Activista com Suposta Ameaça à Ordem Pública

Maputo 13 de Maio de 2025 por o Jornal Creator 

NAMPULA — Três dias após a detenção do activista social Gamito dos Santos, a Polícia da República de Moçambique (PRM) em Nampula veio a público justificar a acção, alegando ter recebido informações que apontavam para possíveis distúrbios planeados durante a manifestação contra a escassez de combustível.

Em conferência de imprensa realizada esta segunda-feira, a porta-voz da PRM em Nampula, Rosa Chauque, declarou que a corporação tomou medidas preventivas com base em indícios de que a marcha convocada por Dos Santos tinha potencial para degenerar em actos de violência e perturbação da ordem pública.

“Recebemos informações que indicavam a possibilidade de confrontos e danos à tranquilidade pública. Por isso, foi necessário mobilizar o nosso contingente para garantir a segurança e evitar possíveis consequências negativas,” disse Chauque, sem apresentar provas concretas.

Ainda segundo a porta-voz, no momento da intervenção policial, Gamito dos Santos teria tentado agredir fisicamente o comandante distrital da PRM, quando este tentava persuadi-lo a cancelar a manifestação.

O activista, por sua vez, nega qualquer intenção de violência e alega que foi vítima de agressões por parte da polícia durante a detenção. Segundo relatos, ele sofreu ferimentos leves e encontra-se sob acompanhamento médico.

A marcha, que acabou por não se realizar, tinha como objectivo denunciar o impacto da crescente escassez de combustível na província, que tem provocado o aumento do custo de vida, principalmente nos sectores dos transportes e da alimentação.

Gamito dos Santos foi detido no sábado e libertado horas depois, mas promete avançar com um processo judicial contra a PRM por abuso de autoridade e violência policial.


A divergência entre a versão da polícia e a do activista reacende o debate sobre o direito à manifestação e a actuação das forças de segurança em Moçambique, especialmente em contextos de crescente insatisfação popular.




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