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| Venâncio Mondlane durante a transmissão ao vivo hoje 29.05.25 |
A crise interna na RENAMO voltou a ganhar contornos dramáticos após a intervenção da Unidade de Intervenção Rápida (UIR) na sede do partido, em Maputo, para desalojar antigos guerrilheiros que haviam ocupado o edifício. A acção gerou uma onda de críticas, entre as quais se destaca a dura condenação do político moçambicano Venâncio Mondlane, actualmente fora do país.
Numa transmissão em directo pelas redes sociais, Mondlane, ex-deputado e antigo membro influente da RENAMO, classificou o episódio como “uma das maiores vergonhas da história do partido”. Visivelmente indignado, o político acusou a actual direcção da RENAMO de covardia por recorrer à força policial contra veteranos do movimento. “São todos cobardes, grandes lambe-botas”, afirmou.
Mondlane foi particularmente incisivo ao criticar o que considera ser um silêncio cúmplice por parte dos membros séniores e da juventude da RENAMO. Segundo ele, essas estruturas estão mais interessadas em cargos políticos e benefícios pessoais do que em preservar os ideais que fundaram o partido. “Só querem assentos parlamentares, o resto não importa. São todos lambe-botas, piores que a OJM”, disparou, referindo-se à organização juvenil da FRELIMO.
Embora tenha deixado claro que não pretende regressar às fileiras da RENAMO, Mondlane reafirmou o seu direito de se pronunciar sobre os rumos do partido, invocando o seu passado de luta e a ligação histórica com o movimento. “Sou rico no espírito e nos valores. Nunca recebi nem irei receber suborno pela minha luta. Não vos irei abandonar”, garantiu.
Durante a mesma transmissão, o político anunciou ainda avanços no processo de legalização do seu novo projecto político, o ANAMALALA, que se encontra sob análise no Ministério da Justiça. Informou que recebeu notificações para ajustes no processo e prometeu retomar em breve as suas transmissões regulares ao vivo.
As declarações inflamadas de Mondlane somam-se a uma série de episódios que vêm expondo fraturas internas na RENAMO, principalmente no que toca à forma como o partido lida com os seus veteranos e ex-combatentes. O cenário levanta novas interrogações sobre o futuro da segunda maior força política moçambicana e sua fidelidade aos princípios que a originaram.
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Categoria:
Política e Sociedade