Mais de 6 mil cidadãos internados em psiquiatria devido ao consumo de drogas

A província de Manica, centro de Moçambique, enfrenta uma crise alarmante no consumo de drogas. Só em 2024, 6.703 pessoas deram entrada nos serviços de psiquiatria e saúde mental do Hospital Provincial de Chimoio, todas com distúrbios relacionados ao uso abusivo de entorpecentes.

A revelação foi feita pelo Secretário de Estado em Manica, Lourenço Lindonde, durante a cerimónia alusiva ao Dia Internacional de Luta contra o Tráfico e Consumo de Drogas, celebrado a 26 de Junho. Na Praça dos Heróis Moçambicanos, Lindonde descreveu os dados como “profundamente preocupantes” e apelou ao envolvimento de toda a sociedade para travar esta tendência destrutiva.

Em resposta ao tráfico e uso ilícito, o governo local anunciou a apreensão e incineração de 404,7 kg de cannabis sativa, 5.270 kg de fármacos do mercado negro e 100 g de heroína. Ao todo, 25 processos-crime foram abertos em 2024. Apesar disso, o consumo continua a subir, inclusive com casos de alunos a vender drogas dentro dos próprios pátios escolares, conforme reportado pela Integrity.

“Este fenómeno já atinge as nossas escolas e comunidades. A prevenção deve ser uma responsabilidade partilhada por todos os moçambicanos”, declarou Lindonde.

O lema deste ano — “A evidência é clara: vamos investir na prevenção do consumo e tráfico de drogas” — espelha a urgência de transformar políticas públicas, fortalecer campanhas educativas e reforçar a vigilância nos pontos críticos de venda e consumo.

O apelo é claro: sem prevenção e responsabilização social, Manica corre o risco de perder uma geração inteira para as drogas.

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