Por Jornal Creator
Após meses de perseguição e tentativas de captura, Manecas Daniel, antigo presidente da Coligação Aliança Democrática (CAD), apresentou-se esta quarta-feira (11.06) à Procuradoria-Geral da República (PGR), em Maputo, denunciando um alegado plano de assassinato político e físico contra si.
À entrada da PGR, Manecas Daniel apontou diretamente Albino Forquilha, actual presidente da CAD Manuel Chiposse Assuba, bem como o partido Frelimo, como responsáveis pela alegada conspiração. Segundo ele, as perseguições intensificaram-se após ter apoiado a candidatura de Venâncio Mondlane à presidência.
“Por que se acha que deveria ter-me apresentado no dia 10? Isto tudo ocorre precisamente porque Manecas Daniel apoiou a candidatura de Venâncio Mondlane. Depositamos no dia 10 de Junho no Conselho Constitucional a candidatura do Engenheiro Venâncio e foi a partir daí que a cristã do sistema caiu”, afirmou. Acrescentou ainda que “o orgulho que a Frelimo tinha antes e depois das eleições efectivamente não continua o mesmo. Nota-se que o Manecas Daniel seja provavelmente o autor deste processo todo, mas é o País, são os moçambicanos que querem mudanças”.
Manecas Daniel relatou ainda que a sua residência foi invadida por elementos armados da Unidade de Intervenção Rápida (UIR) em mais de uma ocasião. “Na primeira vez foram 15 membros da UIR, e na segunda vez, pelos filmes que ali ocorrem, foram mais de 10. Esta gente não tem piedade, vem para matar”, declarou.
O político afirma temer pela sua vida, alegando que o objectivo dos seus perseguidores é a sua eliminação física. “Este plano provavelmente terá sido feito pelos membros da CAD, na pessoa do senhor Manuel Chiposse Assuba, o presidente do PODEMOS, o Forquilha e a própria Frelimo que têm um plano de me executarem política e fisicamente. Eu, ao ver esta situação toda a ocorrer, por isso, estou aqui para poder dizer: se querem matar, pelo povo podem me matar”, disse, num tom desafiante.
As acusações lançadas por Manecas Daniel acrescentam tensão ao já conturbado cenário político moçambicano, a poucos meses de novos embates eleitorais.