A visita assinala os 50 anos de relações diplomáticas entre os dois países, estabelecidas após a independência de Moçambique, em 1975. Para os dois líderes, o momento representa mais do que uma formalidade — é um passo estratégico no aprofundamento dos laços históricos entre os povos moçambicano e malawiano.
“Esta é uma oportunidade para reforçarmos a nossa amizade, irmandade e solidariedade. Estamos empenhados em continuar a cooperar com o país irmão Malawi para o desenvolvimento económico e o bem-estar social dos nossos povos”, declarou Daniel Chapo, logo após as conversações oficiais em Lilongwe.
Entre os instrumentos assinados destacam-se um acordo, um memorando e um protocolo, que visam fomentar a cooperação em sectores estratégicos como energia, transporte, agricultura, comércio, turismo e recursos minerais. A criação de uma ligação aérea direta entre cidades como Tete e Nampula com o Malawi também está na mira, como forma de impulsionar o comércio e facilitar a mobilidade regional.
O Presidente Lazarus Chakwera considerou a visita de Chapo “histórica”, enfatizando os valores partilhados e a identidade comum entre os dois países.
“Queremos continuar a fazer florescer estas áreas de cooperação bilateral com base na amizade e respeito mútuo”, disse.
Chapo aproveitou a ocasião para agradecer o apoio do Malawi no combate ao terrorismo em Cabo Delgado, destacando a solidariedade demonstrada no seio da Missão da SADC (SAMIM). “O Malawi fez parte deste esforço conjunto que tem sido essencial para restaurar a paz na região”, reconheceu.
O Presidente moçambicano também chamou a atenção para os impactos das mudanças climáticas, que já afetaram o país com três ciclones este ano.
“Temos de desenvolver infraestruturas mais resilientes e enfrentar este desafio global com união”, afirmou.
A relevância dos corredores de desenvolvimento, como os de Nacala e da Beira, foi outro destaque do seu discurso, sendo apontados como infraestruturas estratégicas para a integração económica entre os dois países.
A visita teve início com uma recepção oficial no aeroporto de Lilongwe, seguida de uma cerimónia no Palácio Kamuzu. Chapo assinou o Livro de Honra, visitou o Parlamento — onde plantou uma árvore — e homenageou os heróis nacionais com a deposição de uma coroa de flores no Mausoléu Kamuzu Memorial Park.
A agenda continua esta sexta-feira com o lançamento da Fronteira de Paragem Única, uma medida que promete revolucionar o comércio e a circulação de pessoas entre Moçambique e Malawi.
O Presidente moçambicano encerrou o dia com um convite formal ao seu homólogo para participar nas comemorações dos 50 anos da independência de Moçambique, no próximo dia 25 de junho, que também servirão como celebração dos 50 anos de relações bilaterais com o Malawi.