Moradores de Mulotana-Bili bloqueiam estrada em protesto contra poeira causada por camiões da pedreira


Moradores do bairro Mulotana-Bili, nos arredores de Maputo, bloquearam recentemente a estrada principal da localidade para protestar contra a circulação constante de camiões de grande porte que operam ao serviço de uma pedreira local. Segundo os manifestantes, a poeira levantada pelos veículos, aliada ao estado de degradação da via, está a transformar a vida na zona num verdadeiro inferno.

Os camiões, que transportam pedras extraídas da pedreira, circulam a qualquer hora do dia, inclusive durante a madrugada. A movimentação intensa levanta nuvens de poeira que invadem casas, contaminam alimentos, causam problemas respiratórios e tornam o ambiente insalubre — principalmente para crianças e idosos.

Apesar de reconhecerem que a administração da pedreira disponibiliza um camião-cisterna para regar a estrada em determinados momentos do dia, os moradores afirmam que a medida é insuficiente e não resolve o problema de forma eficaz.

“Não somos contra a existência da pedreira. Sabemos que ela dá emprego, mas a nossa saúde também importa. A estrada está esburacada e cheia de pó. Ninguém consegue viver assim”, disse um dos moradores em protesto.

A população exige que os responsáveis pela pedreira contribuam para a reabilitação da via, em conformidade com o princípio de responsabilidade social das empresas que exploram recursos naturais. Apontam que a própria legislação moçambicana prevê a participação activa das empresas no desenvolvimento das comunidades onde operam, algo que, segundo eles, não se verifica no caso de Mulotana-Bili.

Até ao momento, não houve reação oficial por parte da empresa exploradora da pedreira. Entretanto, os moradores afirmam que manterão os protestos até que sejam tomadas medidas concretas para resolver o problema.

A situação volta a levantar o debate sobre o equilíbrio entre exploração económica e qualidade de vida das populações locais, num país onde os recursos naturais abundam, mas a distribuição dos seus benefícios continua a ser uma questão sensível.

Postagem Anterior Próxima Postagem