O centro de Maputo foi palco de tensão nesta segunda-feira (2), após agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM) invadirem o mercado Estrela Vermelha, dispararem tiros e lançarem gás lacrimogéneo contra vendedores informais. A ação visava recuperar um telemóvel supostamente roubado, alegadamente pertencente a um comandante da polícia.
Agentes, muitos à paisana, apreenderam telemóveis e outros bens eletrônicos sem apresentar mandados, o que gerou revolta entre os comerciantes, que acusaram a PRM de abuso de poder. A operação resultou em protestos, com queima de pneus e bloqueios de vias.
No início da tarde, a polícia voltou em maior número e intensificou a repressão, disparando para o ar e usando mais gás lacrimogéneo, o que causou pânico, desmaios e desespero entre mulheres e crianças.
Até agora, não houve pronunciamento oficial nem esclarecimentos sobre a recuperação do telemóvel. O episódio reacende o debate sobre o uso excessivo da força pela PRM e a criminalização de vendedores informais, levantando sérias dúvidas sobre a imparcialidade e legalidade das ações policiais.