A polêmica teve início quando a UEM anunciou o cancelamento das inscrições dos alunos que se matricularam fora do período estabelecido, que terminou em fevereiro. Muitos desses estudantes só conseguiram realizar os procedimentos administrativos nos meses seguintes, devido a dificuldades financeiras ou outros contratempos. A decisão inicial gerou insatisfação generalizada e risco de perderem o semestre letivo.
No entanto, o diálogo aberto entre a reitoria da universidade e a Associação dos Estudantes da UEM (AEUEM) abriu caminho para uma solução mais flexível. Reconhecendo o descumprimento do prazo por parte dos estudantes, a Associação comprometeu-se a colaborar para evitar futuras irregularidades.
Segundo Betuel Canhanga, Diretor do Registo Académico da UEM, a universidade decidiu registrar formalmente cada caso de incumprimento como advertência, mas validou as inscrições dos 698 estudantes em situação irregular que realizaram a matrícula até o dia 28 de maio.
“Este gesto mostra o compromisso da UEM em equilibrar rigor académico e compreensão, privilegiando o diálogo construtivo e o interesse dos estudantes”, afirmou Canhanga.
A reitoria, no entanto, alerta que esta decisão é excepcional e que casos futuros de reincidência serão tratados com maior rigor, sem possibilidade de reconsideração.
Paralelamente a este processo, a UEM prepara-se para iniciar os exames finais do primeiro semestre no próximo dia 23, após um período de descanso para os estudantes. A instituição também se prepara para celebrar a Semana Eduardo Mondlane, com atividades culturais, debates e a entrega do título de Doutor Honoris Causa ao antigo presidente Samora Moisés Machel.
Este episódio reforça a necessidade de maior atenção dos estudantes aos prazos e regulamentos acadêmicos, mas também evidencia a importância do diálogo institucional para a resolução de conflitos na maior universidade pública de Moçambique.