Um caso comovente de possível injustiça familiar abalou o bairro onde vive uma viúva em Maputo, após a morte do seu esposo. A situação, reportada no último sábado pela TV Sucesso, expõe um drama vivido por uma mulher que está a ser expulsa da casa onde viveu por 14 anos.
De acordo com a reportagem no local, a família do falecido ofereceu à viúva 20 mil meticais para que abandonasse a residência. No entanto, vizinhos e moradores da área consideram a proposta ofensiva e injusta, uma vez que foi a própria mulher quem cuidou do marido durante a sua longa enfermidade. “Ela esteve sempre ao lado dele, mesmo nos piores momentos. A família dele só apareceu depois da morte”, afirmou um dos vizinhos.
A viúva, em entrevista exclusiva, revelou que o seu falecido esposo sempre foi um companheiro dedicado, chegando até a assumir a criação da filha dela como se fosse sua. Com voz embargada, contou que após o falecimento do marido, os familiares começaram a pressioná-la para abandonar o lar, argumentando que ela não teve filhos biológicos com o homem.
A tensão escalou no momento em que a equipa de reportagem estava presente: familiares do falecido apareceram e começaram a trocar a fechadura da casa, numa tentativa clara de impedir a permanência da viúva no imóvel.
O caso levanta sérias questões sobre os direitos das viúvas em contextos onde prevalecem tradições que, por vezes, atropelam os laços afetivos e humanos construídos ao longo de anos de convivência.
A comunidade local exige que as autoridades intervenham para garantir justiça e proteção à mulher, que se vê agora sem casa e sem o apoio da família do homem a quem dedicou mais de uma década da sua vida.
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sociedade