Dois cidadãos moçambicanos, de 30 e 42 anos de idade, foram detidos ao longo da Estrada Nacional Número Quatro (EN4), no distrito de Moamba, província de Maputo. Os suspeitos transportavam uma viatura de marca Toyota Prado, alegadamente usada no rapto de um empresário português de 60 anos, ocorrido no dia 7 de Outubro, na Avenida Zedequias Manganhela, na cidade de Maputo.
O porta-voz do Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC), João Adriano, revelou que a viatura utilizada no sequestro tinha como destino a África do Sul, com o objectivo de eliminar provas e dificultar o trabalho das autoridades.
“Temos evidências de que os mesmos indivíduos, no dia 16 de Outubro, transportaram outra viatura, uma Nissan X-Tremer, também envolvida no caso e actualmente em território sul-africano”, afirmou Adriano.
Durante a inspeção, foi encontrada uma chapa de matrícula nacional dentro do veículo. As autoridades acreditam que os detidos pertencem a uma rede mais ampla, composta por pelo menos oito elementos, dos quais seis continuam foragidos. Um deles já possui mandado de captura.
Segundo o porta-voz, a vítima do rapto continua em cativeiro. “O nosso maior foco neste momento é resgatar o empresário e devolvê-lo à família. Temos pistas concretas e esperamos que o resgate ocorra brevemente”, garantiu.
Os dois detidos, contudo, negam qualquer envolvimento no crime, afirmando apenas ter sido contratados para transportar a viatura até à fronteira de Ressano Garcia. “Disseram-nos que o carro tinha sido comprado e que devíamos entregá-lo ao ‘Sr. Mabutinho’ na fronteira. Recebemos o carro com livrete”, afirmou um dos suspeitos.
Segundo os próprios, esta seria a segunda viagem do género, sendo que a primeira — também envolvendo uma Nissan X-Tremer — ocorreu no dia 15 de Outubro.
O SERNIC prossegue com as investigações, acreditando que os suspeitos fazem parte de uma rede transnacional dedicada a raptos e tráfico de viaturas entre Moçambique e África do Sul.