GREVE NA SAÚDE: Profissinais Prolongam Greve por Mais 30 Dias Sistema de Saúde Moçambicano à Beira do Colapso


Por Jornal Creator 


Maputo, 19 de Maio de 2025 – A crise no setor da saúde em Moçambique agrava-se com o anúncio da prorrogação da greve nacional por mais 30 dias, feito esta segunda-feira pela Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique (APSUSM).

A paralisação, que teve início em 17 de abril, tem causado disrupções significativas no funcionamento das unidades sanitárias em todo o país. A decisão de estender a greve foi motivada pela falta de resposta do Governo às principais reivindicações dos profissionais, que exigem o pagamento de horas extraordinárias, subsídios de turno, melhoria das condições de trabalho e revisão do enquadramento nas tabelas salariais.

 “Estamos há anos a trabalhar em condições indignas. Cuidamos de vidas, mas o Estado insiste em nos tratar com negligência. Esta greve não é só por melhores salários, é por dignidade”, afirmou um porta-voz da APSUSM em conferência de imprensa realizada em Maputo.

Durante a greve, os profissionais garantem que manterão os serviços mínimos, nomeadamente nas urgências, maternidades e cuidados intensivos, de forma a não comprometer completamente o atendimento à população. No entanto, pacientes em diversas províncias relatam longas esperas, adiamento de consultas e cirurgias canceladas, sobretudo em hospitais centrais e provinciais.

Um Sistema Já Fragilizado

A greve vem agravar um sistema de saúde já sobrecarregado e com escassez crónica de recursos humanos, materiais e infraestrutura. Hospitais públicos enfrentam há anos desafios como falta de medicamentos, equipamentos obsoletos e insuficiência de profissionais qualificados.

Segundo analistas da área da saúde, a continuidade da greve poderá ter impactos severos, especialmente em áreas rurais onde os serviços públicos são a única opção de atendimento médico.

Reação do Governo

Até ao momento, o Ministério da Saúde não emitiu uma resposta concreta à extensão da greve. Fontes internas indicam que negociações estão estagnadas, e há divergência dentro do Executivo quanto à viabilidade de atender às exigências da classe.

A população começa a mostrar sinais de frustração. Em Maputo e Nampula, foram registados protestos pacíficos de familiares de pacientes, exigindo uma solução urgente.

Conclusão

A greve dos profissionais de saúde representa um momento crítico para Moçambique. Mais do que uma luta laboral, trata-se de um alerta grave sobre o estado do setor da saúde pública no país. A forma como o Governo irá lidar com esta crise poderá definir não apenas a estabilidade dos serviços, mas também o nível de confiança que os cidadãos depositam nas instituições estatais.

Continuaremos a acompanhar de perto os desdobramentos desta greve e ouvir todos os lados envolvidos. A saúde dos moçambicanos está em jogo.



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