ÚLTIMA HORA: Álvaro Massigue VENCE eleições da CTA é novo Presidente



Álvaro Massingue Eleito Presidente da CTA: Nova Era no Comando do Sector Privado Moçambicano

Álvaro Massingue foi eleito Presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), colocando um ponto final num processo eleitoral marcado por tensão institucional, disputas judiciais e forte polarização entre as associações empresariais do país. A informação foi avançada em primeira mão pelo Canal de Moçambique, confirmando que o candidato da Câmara de Comércio de Moçambique (CCM) saiu vitorioso na disputa pela liderança do maior organismo representativo do sector privado moçambicano.



Com uma base de apoio robusta e diversificada, Massingue conquistou a maioria dos votos entre as 174 associações com capacidade eleitoral activa, impondo-se frente aos seus adversários e pondo termo a mais de sete anos de domínio da gestão liderada por Agostinho Vuma. A sua eleição simboliza, para muitos observadores, uma viragem na CTA – uma organização que nos últimos tempos tem sido acusada de funcionar de forma pouco inclusiva e de servir interesses restritos.

A vitória de Massingue representa também a consagração de uma luta que ultrapassou os limites da política associativa. Em Abril, a sua candidatura chegou a ser excluída pelo Conselho Directivo da CTA, sob alegações disciplinares. No entanto, o Tribunal Judicial do Distrito Municipal de Kampfumo interveio, anulando a decisão da direção cessante e ordenando a inclusão imediata do empresário no processo eleitoral.

Promessa de Ruptura e Inclusão

No seu primeiro pronunciamento após a confirmação dos resultados, Álvaro Massingue agradeceu às associações que confiaram no seu projecto e prometeu uma gestão "mais transparente, inclusiva e verdadeiramente representativa dos interesses do empresariado nacional". Segundo afirmou, a nova liderança trabalhará para “reconciliar o sector privado, restaurar a confiança na CTA e construir pontes com o governo e parceiros de desenvolvimento numa base de respeito e diálogo”.

Empresário de longa data, Álvaro Massingue é presidente da CCM, director-geral da Sotux Lda, e PCA da Universidade Técnica de Moçambique (UDM). É licenciado em Gestão de Empresas e possui mestrado em Direito do Comércio Internacional pela Universidade Eduardo Mondlane. É também membro fundador da Associação das Empresas Privadas de Moçambique (AEPRIMO).

Desafios pela Frente

Analistas consideram que o novo. presidente herda uma CTA fragilizada por disputas internas, marcada por alegações de centralização do poder e de falta de transparência. “Massingue tem agora a difícil missão de unir um sector fragmentado, redefinir as prioridades da CTA e garantir que a organização volte a ser uma verdadeira plataforma de diálogo entre o Estado e o empresariado”, afirmou um economista ouvido pelo Canal de Moçambique.

Além da reconciliação interna, espera-se que a nova liderança imprima um novo dinamismo à CTA, num momento em que o país enfrenta desafios económicos sérios: lentidão no investimento privado, dificuldades de acesso ao financiamento e um ambiente de negócios ainda considerado burocrático e opaco por muitos empresários.

Reacções Divididas

Enquanto apoiantes celebraram a vitória como uma “libertação institucional”, alguns sectores mais próximos da direção anterior adotaram um tom mais cauteloso. Contudo, o clima geral é de expectativa e esperança numa nova abordagem.

Com a eleição de Álvaro Massingue, inicia-se agora um novo capítulo na história da CTA. Resta saber se o novo presidente conseguirá transformar o discurso de mudança em ação concreta e devolver à organização o protagonismo e a legitimidade que muitos consideram perdidos.


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