
O académico e activista dos direitos humanos Adriano Nuvunga criticou abertamente a decisão da Universidade Eduardo Mondlane (UEM) de atribuir, a título póstumo, o grau de Doutor Honoris Causa ao primeiro Presidente de Moçambique, Samora Moisés Machel.
Num documento intitulado “Carta Pública à Universidade Eduardo Mondlane”, tornado público esta semana, Nuvunga considera o gesto inadequado e redutor para a dimensão histórica e simbólica de Samora. “Samora não é doutorável, é fundador”, escreve o académico, sugerindo que a homenagem corre o risco de diminuir a magnitude do antigo Chefe de Estado, ao inseri-lo em molduras protocolares académicas.
Segundo Nuvunga, Samora dignificou a UEM com a sua visão transformadora, tendo impulsionado uma academia comprometida com os ideais da independência, da soberania e da justiça social.
Segundo Nuvunga, Samora dignificou a UEM com a sua visão transformadora, tendo impulsionado uma academia comprometida com os ideais da independência, da soberania e da justiça social.
“Não cabe à UEM conceder-lhe prestígio: é Samora que dignificou a UEM com a sua visão”, sublinha.
Para o activista, a verdadeira homenagem que a universidade deve prestar ao seu antigo patrono é o compromisso prático com os valores que ele defendeu em vida — educação como instrumento de libertação, justiça social, solidariedade africana e responsabilidade nacional.
Nuvunga não questiona o mérito histórico de Samora, mas alerta que o gesto simbólico de conceder-lhe um título pode soar como uma tentativa de “canonizar” o líder da revolução moçambicana, sem a devida reflexão crítica sobre o seu legado.
“Samora cabe em nós. E por isso mesmo, é e sempre será maior que a UEM”, conclui o documento, num tom de apelo à responsabilidade histórica e política da instituição académica mais antiga do país.
CRÍTICAS E REFLEXÃO:
🔺 Reduzir o fundador a um diploma?
A crítica de Nuvunga convida a um debate sobre como homenagear figuras históricas de forma coerente e não apenas cerimonial.
🔺 Universidade como espaço político e simbólico:
A UEM, enquanto berço da intelectualidade moçambicana, precisa refletir sobre os símbolos que escolhe enaltecer, especialmente num contexto de crise ética e institucional.
🔺 Homenagem ou distração?
A distinção a Samora pode ser vista como um gesto nobre ou como uma cortina de fumo, desviando o foco de desafios internos que a UEM enfrenta, como greves, degradação da qualidade do ensino e ausência de pensamento crítico.
Para o activista, a verdadeira homenagem que a universidade deve prestar ao seu antigo patrono é o compromisso prático com os valores que ele defendeu em vida — educação como instrumento de libertação, justiça social, solidariedade africana e responsabilidade nacional.
Nuvunga não questiona o mérito histórico de Samora, mas alerta que o gesto simbólico de conceder-lhe um título pode soar como uma tentativa de “canonizar” o líder da revolução moçambicana, sem a devida reflexão crítica sobre o seu legado.
“Samora cabe em nós. E por isso mesmo, é e sempre será maior que a UEM”, conclui o documento, num tom de apelo à responsabilidade histórica e política da instituição académica mais antiga do país.
CRÍTICAS E REFLEXÃO:
🔺 Reduzir o fundador a um diploma?
A crítica de Nuvunga convida a um debate sobre como homenagear figuras históricas de forma coerente e não apenas cerimonial.
🔺 Universidade como espaço político e simbólico:
A UEM, enquanto berço da intelectualidade moçambicana, precisa refletir sobre os símbolos que escolhe enaltecer, especialmente num contexto de crise ética e institucional.
🔺 Homenagem ou distração?
A distinção a Samora pode ser vista como um gesto nobre ou como uma cortina de fumo, desviando o foco de desafios internos que a UEM enfrenta, como greves, degradação da qualidade do ensino e ausência de pensamento crítico.
Categoria:
Política