Marcha pela dignidade: Juízes moçambicanos querem salários justos e autonomia

Por Jornal Creator 



Em celebração aos 20 anos da sua criação, a Associação Moçambicana de Juízes (AMJ) promoveu, neste sábado, uma marcha simbólica pelas ruas, abandonando temporariamente as togas e os gabinetes. O evento serviu não só para assinalar a data, mas também para refletir sobre os desafios enfrentados pela classe judicial no país.

Entre os principais pontos destacados durante a caminhada esteve a necessidade urgente de uma independência financeira do Judiciário. O Presidente da AMJ, Esmeraldo Matavele, revelou que está em fase avançada a elaboração de uma proposta de lei específica que garantirá essa autonomia, prevendo-se a sua submissão à Assembleia da República até 2026.

“O instrumento está praticamente pronto e acreditamos que será um marco importante na consolidação da independência do poder judicial”, afirmou Matavele.

Outro tema levantado foi a justiça salarial, considerada um dos calcanhares de Aquiles da classe. Segundo o dirigente, a desigualdade nos vencimentos continua a desmotivar muitos profissionais do setor.

Matavele aproveitou ainda a ocasião para reafirmar o interesse do Judiciário em participar no Diálogo Político Nacional e Inclusivo, uma iniciativa que busca trazer diferentes vozes da sociedade para a construção de consensos no país. A AMJ anunciou que poderá concorrer a uma das três vagas destinadas à sociedade civil nesse fórum.

A caminhada, para além de simbolizar coesão entre os magistrados, refletiu o desejo da classe por uma justiça mais independente, valorizada e participativa na vida política e social de Moçambique.

Fonte O país 




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