Crise na AEMO: Tribunal Suspende Comissão Eleitoral em Meio a Acusações de Irregularidades

 


O Tribunal Judicial da Cidade de Maputo suspendeu a Comissão Eleitoral da Associação dos Escritores Moçambicanos (AEMO), responsável por organizar a eleição do novo secretário-geral da entidade.

A decisão surge na sequência de um pedido de impugnação da candidatura de Filimone Meigos, cabeça-de-lista da Lista “A”, apresentado pela Lista “B”, liderada por Aurélio Furdela. A impugnação baseia-se em alegadas irregularidades no processo eleitoral, envolvendo o atual Secretariado da AEMO.


Segundo a denúncia, Meigos reuniu-se com o presidente da Mesa da Assembleia-Geral e com os escritores Ungulani Ba Ka Khossa e Armando Artur — que não integram a direcção — para tomar decisões cruciais sem a ratificação do Conselho da AEMO. Entre as decisões contestadas estão a criação da Comissão Eleitoral, a admissão de novos membros e a alteração do valor das quotas.

O tribunal ordenou a suspensão imediata da Comissão Eleitoral, presidida por Jorge Oliveira, bem como do regulamento criado para o escrutínio. Contudo, indeferiu o pedido de suspensão da candidatura de Filimone Meigos.

O contraditório está marcado para o dia 5 de Agosto.

Apesar da decisão, o atual secretário-geral, Carlos Paradona, confirmou ao jornal “Notícias” que a Assembleia-Geral da AEMO vai realizar-se normalmente esta manhã, uma vez que o despacho judicial não impede a reunião dos membros.

Candidatos ao cargo de secretário-geral:

Filimone Meigos (Lista “A”): aposta na inclusão e renovação. Propõe transformar a AEMO num espaço de diálogo intergeracional, sob o lema “Uma candidatura pela leitura, associativismo e renovação”.

Aurélio Furdela (Lista “B”): lançou a campanha com a oferta de livros à Associação de Cegos e Amblíopes de Moçambique (ACAMO). Defende uma direcção voltada para os escritores, com foco na inclusão, reactivação da Biblioteca Viva e apoio social aos membros.

Luís Cezerilo (Lista “C”): propõe a internacionalização da literatura moçambicana, parcerias com editoras estrangeiras e presença em feiras internacionais. Defende transformar a AEMO de um espaço de memória para uma plataforma de diplomacia cultural.

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