Chapo e Zandamela em rota de colisão sobre política monetária

 Nos últimos 20 meses, o Banco de Moçambique (BM) reduziu a sua principal taxa de referência 11 vezes consecutivas, alcançando agora valores de apenas um dígito. A medida visava estimular o crédito e dinamizar a economia.



Contudo, o Governo de Daniel Chapo considera que a atual estratégia não está a produzir os efeitos desejados na economia real. Segundo o Executivo, “os sinais não se transmitem de forma eficiente” e, por isso, defende que chegou a hora de rever a política monetária.


A posição abre um aparente conflito institucional com o governador do BM, Rogério Zandamela, que desde 2016 tem conduzido a política monetária com foco na estabilidade macroeconómica e no controlo da inflação.


O Governo sugere que apenas cortes sucessivos de taxa não garantem maior acesso ao crédito, especialmente para pequenas e médias empresas, e cobra maior alinhamento entre a política monetária e os objetivos de desenvolvimento nacional.


Analistas apontam que este embate pode marcar uma nova fase nas relações entre o Executivo e o Banco Central, num contexto em que Moçambique procura equilibrar estabilidade financeira e crescimento económico inclusivo.


Postagem Anterior Próxima Postagem