Por Jornal Creator
Seis meses após o devastador ciclone Chido ter assolado o distrito de Mecufi, na província de Cabo Delgado, o cenário continua desolador. O vento e a chuva levaram quase tudo, e o que restou é uma paisagem de destruição e esperança adiada.
No dia 15 de dezembro de 2024, o ciclone Chido varreu o distrito com fúria. Foram perdidas quase cinquenta vidas e mais de 16 mil casas foram reduzidas a escombros. As estradas, escolas, centros de saúde e edifícios públicos também não resistiram à força da natureza.
Hoje, passados seis meses, o distrito ainda luta para se levantar. As cicatrizes do desastre permanecem visíveis, com famílias desalojadas, serviços públicos paralisados e uma economia local em colapso.
Fernando Neves, administrador de Mecufi, revelou que o custo estimado para a reconstrução das infra-estruturas destruídas ronda os 3 mil milhões de meticais. “A nível local, não temos recursos para reerguer o distrito. Estamos a depender, em grande parte, da solidariedade dos nossos parceiros”, lamentou.
Apesar das dificuldades, pequenos passos estão a ser dados. Já começaram as obras de reabilitação do centro de saúde e do edifício da administração distrital, graças ao apoio de parceiros institucionais. No entanto, a maior parte da população ainda vive entre ruínas, à espera de um novo começo que tarda a chegar.
Enquanto isso, Mecufi continua a carregar o peso de um passado recente que mudou completamente o seu presente — e cujo futuro depende, agora, da mobilização urgente de recursos e da ação coordenada entre o governo e a comunidade internacional.
Categoria:
sociedade