No passado domingo, 18 de maio, na vila municipal de Gorongosa, província de Sofala, agentes da Polícia da República de Moçambique abriram fogo contra simpatizantes do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), que participavam numa marcha comemorativa. O ato resultou em pelo menos 50 feridos e gerou fortes críticas à conduta das forças de segurança.
Lutero Simango, líder do MDM, veio a público condenar veementemente a ação dos agentes, afirmando que a intervenção teve motivações políticas e que representa uma ameaça ao avanço do diálogo político inclusivo no país. “Estamos perante uma tentativa de silenciar vozes divergentes por via da repressão”, declarou Simango à imprensa.
Segundo a versão apresentada pelas autoridades policiais da província, a manifestação foi interrompida com o argumento de que os manifestantes pretendiam incitar distúrbios e perturbar a ordem pública. No entanto, membros do partido refutam as alegações, sustentando que a marcha era pacífica e legalmente autorizada.
O episódio reacende o debate sobre a imparcialidade das instituições do Estado e levanta preocupações sobre o espaço democrático em Moçambique, sobretudo em períodos de maior tensão política.