"Turbulência na Aviação: Administração da LAM é Dissolvida em Reviravolta Histórica"
Maputo, 13 d Numa manobra ousada que marca um ponto de viragem decisivo para o setor da aviação em Moçambique, o Instituto de Gestão das Participações do Estado (IGEPE) e os novos acionistas da Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), reunidos em Assembleia-Geral Extraordinária nesta terça-feira, decidiram dissolver o atual Conselho de Administração da companhia, com efeitos imediatos.
A decisão atinge diretamente o então Presidente do Conselho de Administração, Marcelino Gildo Alberto, e os administradores Altino Xavier Mavile e Bruno Miguel Domengue Loreria Heliotrope Miranda, que agora deixam de exercer funções. A medida surge como resposta à urgente necessidade de reestruturação da transportadora aérea nacional, mergulhada em anos de instabilidade, escândalos financeiros e operacionais, e perda de credibilidade interna e internacional.
Novo modelo de governação
Em substituição, foi criado um Conselho de Administração Não Executivo, composto por representantes dos principais acionistas da empresa: CFM, HCB e EMOSE. A proposta é clara: garantir uma supervisão estratégica com distanciamento das operações diárias, criando espaço para uma nova Comissão de Gestão assumir o comando executivo da companhia.
Essa comissão será liderada por Dane Kondic, um nome com experiência no setor da aviação internacional, que assume como Presidente. A ele juntam-se Lucas António Francisco, responsável pela área de Administração e Finanças, e Hilário Devis Tembe, que ficará com o pelouro técnico e operacional.
Nova esperança ou mais um voo cego?
Embora vista por alguns analistas como uma medida drástica, a mudança já era considerada inevitável por diversos setores ligados à aviação civil. A LAM, outrora símbolo de orgulho nacional, tem enfrentado problemas crónicos de gestão, atrasos sistemáticos, escassez de aeronaves operacionais e uma dívida que ameaça sua viabilidade.
O novo rumo proposto pretende não apenas garantir a continuidade das operações, mas também resgatar a imagem da empresa perante os passageiros, parceiros comerciais e reguladores internacionais. A aposta no consultor Dane Kondic, em particular, é vista como uma tentativa de trazer disciplina de gestão e padrões operacionais internacionais a uma companhia que perdeu o rumo.
Desafios pela frente
Apesar da expectativa gerada, os desafios são colossais: reabilitar a frota, recuperar a confiança do público, resolver pendências salariais e contratuais, e assegurar rotas estratégicas sem depender excessivamente do Estado.
Esta reconfiguração profunda marca, talvez, a última chance de salvação para a LAM antes de um eventual desmantelamento ou privatização total. O país observa atentamente. O tempo dirá se este novo voo é de resgate ou apenas mais uma escala na longa turbulência da aviação moçambicana.
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