Baixas nas FADM aumentam em Cabo Delgado em meio a nova vaga de ataques jihadistas

 


A situação em Cabo Delgado continua a deteriorar-se. Com o aumento das incursões jihadistas nas últimas semanas, há relatos de que as Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) estão a sofrer pesadas baixas, embora números oficiais não tenham sido divulgados. Para além das perdas em combate, registam-se também deserções em larga escala, deixando as fileiras militares ainda mais vulneráveis.

O impacto não é apenas militar. Em Pemba, capital da província, o número crescente de deslocados tem contribuído para o aumento da criminalidade e agravado o já crítico cenário social e económico. O desemprego alastra-se por toda a província, sobretudo entre jovens que outrora sustentavam as suas famílias com actividades de pesca, agricultura e caça — agora impossibilitadas devido aos ataques.

Ontem, as Nações Unidas alertaram para "grandes contratempos" na assistência humanitária em Moçambique, especialmente em Cabo Delgado. A ajuda internacional caiu 17% em relação ao mesmo período de 2024, deixando milhares de deslocados sem alimentos ou apoio básico.

Em contraste com a gravidade da crise, o Governo moçambicano mantém um discurso de aparente normalidade, enquanto investe no reforço da Unidade de Intervenção Rápida (UIR) para actuações em zonas urbanas. Críticos argumentam que o foco deveria ser o combate à insurgência onde ela efectivamente ameaça o país.

A província de Cabo Delgado continua assim mergulhada num ciclo de violência, fome e desespero, com a população civil a carregar o peso de uma guerra ainda longe do fim.

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