LAM recusa partilhar Dane Kondić com Air Botswana e exige exclusividade

 


As Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) decidiram, este domingo, recusar qualquer hipótese de partilha do seu actual gestor, Dane Kondić, com a companhia Air Botswana. A decisão foi tomada de forma unânime pelo Conselho de Administração da empresa moçambicana, após tomarem conhecimento de que Kondić foi anunciado publicamente, no dia 27 de Junho, como novo responsável da transportadora botsuanesa.

Kondić, que assumiu em Maio a liderança da Comissão de Gestão das LAM no âmbito do plano de reestruturação, é visto como peça-chave na recuperação da companhia, e a sua dedicação exclusiva foi considerada um imperativo estratégico, sobretudo numa altura em que a LAM aposta na retoma da competitividade regional e na expansão para novos destinos no sul do continente.

No comunicado emitido após a reunião de emergência, o Conselho de Administração das LAM foi claro ao declarar que a liderança da Comissão de Gestão deve ser exercida “em regime de exclusividade”. O documento acrescenta que o próprio Dane Kondić acolheu a decisão com “disponibilidade”, sinalizando que não haverá acumulação de funções entre as duas operadoras aéreas.

A decisão levanta também questões sobre a transparência no relacionamento entre executivos da aviação africana, uma vez que Kondić chegou a ser anunciado pela Air Botswana antes mesmo de qualquer comunicação oficial por parte da LAM ou das autoridades moçambicanas responsáveis pelo processo de reestruturação da companhia.

Apesar do episódio, a LAM reiterou a sua confiança nas capacidades de Kondić, afirmando que continua a considerar o gestor como figura central na missão de modernização e revitalização da transportadora estatal, que tem enfrentado desafios financeiros e operacionais severos nos últimos anos.

O caso acentua ainda mais o escrutínio sobre a gestão da LAM e sobre os interesses em jogo no competitivo mercado regional da aviação, onde Moçambique tenta recuperar protagonismo, num contexto marcado por tentativas de privatização, concorrência crescente e exigências de maior eficiência.

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