“Negar essa realidade seria um ato de infantilidade”, afirmou Elias Dhlakama, sublinhando a gravidade da situação actual. “O partido não está nos seus bons dias, e escondermos isso seria sermos infalíveis. Eu acredito que está com uma movimentação estranha, uma convulsão, e que isto não pode acontecer dentro do nosso partido”, lamentou.
O dirigente reconheceu que as divergências são naturais em qualquer organização política, mas defendeu que a RENAMO precisa de mecanismos internos adequados para lidar com os conflitos e frustrações dos seus membros.
“Muitas das vezes, as contestações não são o problema, mas sim consequências de um problema. O que deve se resolver não são as contestações, mas o problema que as provoca”, explicou.
No plano eleitoral, Elias Dhlakama não escondeu o descontentamento com os recentes resultados que relegaram a RENAMO à terceira posição, contrariando as expectativas da liderança.
“O que eu lamento muito é a posição que nós tomamos hoje, do segundo lugar, enquanto esperávamos pelo primeiro lugar. Mas fomos reduzidos ao terceiro. Isto não me deixa satisfeito e não deixa ninguém satisfeito”, declarou, visivelmente desapontado.
A conferência da ACOLDE ocorre num momento crucial para o futuro da RENAMO, que enfrenta o desafio de se reinventar politicamente num cenário cada vez mais competitivo e fragmentado.