Circular pelo troço Pambara–Save, na Estrada Nacional Número Um (EN1), transformou-se numa prova de resistência e paciência para quem depende desta rota estratégica. São 126 quilómetros de buracos, erosões e asfalto esfarelado, que não apenas atrasam os viajantes, mas também representam sérios riscos de acidentes e elevados custos de manutenção dos veículos.
Apesar de pequenas intervenções realizadas há mais de um ano, limitadas ao tapamento superficial de buracos, a situação voltou a piorar rapidamente. As chuvas intensas e o tráfego pesado apenas aceleraram a degradação de um troço que liga o sul ao centro e norte do país, sendo uma das principais artérias económicas e logísticas do território nacional.
> “Os carros estão a estragar-se quase todos os dias. Já troquei suspensão três vezes em seis meses”, desabafa um motorista de transporte interprovincial.
O governador da província de Inhambane, confrontado com o agravamento da situação, reconheceu recentemente que o problema exige uma intervenção estruturante e anunciou que uma empresa já foi contratada para iniciar as obras de reabilitação do segmento mais danificado. No entanto, não foi avançada uma data concreta para o início das obras, o que aumenta a desconfiança da população.
Moradores e utentes da estrada cobram celeridade e firmeza. Para muitos, o troço não é apenas uma questão de mobilidade — é também uma questão de segurança, dignidade e desenvolvimento.
> “Esta estrada tem matado pessoas e nos isola economicamente. Precisamos de uma solução definitiva, não de promessas”, disse um comerciante local.
O cenário continua o mesmo: carros desviando de crateras, camiões atolados na lama e condutores com medo de viajar à noite. Até que os trabalhos de reabilitação comecem de fato, a esperança segue misturada ao pó e ao barulho de peças soltas nos veículos que ainda se arriscam a cruzar esse troço esquecido.