Procuradoria da República na Cidade de Maputo notificou, novamente, o político da oposição e ex-candidato presidencial, Venâncio António Mondlane, para comparecer às suas instalações nesta sexta-feira, 27 de Junho, às 09:00 horas, a fim de prestar esclarecimentos no âmbito de um processo ainda não publicamente esclarecido.
A notificação — que inclui advertência de multa de até cinco salários mínimos e eventual detenção em caso de ausência — aumentou o clima de tensão política na capital moçambicana. A cidade de Maputo poderá viver um novo momento de "lockdown informal", com a esperada mobilização de apoiantes e reforço policial.
Em declarações exclusivas, Mondlane afirmou estar preparado para qualquer cenário:
> “As tantas, a próxima entrevista pode ser na BO. Mas não tenho medo. Já morri para o mundo”, disse, acrescentando que “a PGR interrogou-me por 10 horas e nunca disse qual é o crime de que sou acusado. Todo aquele interrogatório é nulo”.
Segundo o líder da coligação Aliança Democrática, a defesa já submeteu pedidos formais para que diversas figuras-chave do processo eleitoral de 2023 e 2024 sejam ouvidas, incluindo o antigo comandante da PRM, o presidente da CNE, a presidente do Conselho Constitucional e vítimas das repressões pós-eleitorais.
> “Eles não podem concluir este processo sem ouvir estas pessoas. Nós tomamos diligências e essas pessoas estão prontas para testemunhar. Assinaram os documentos. Agora, eles terão muito trabalho. Este processo não será nada fácil”, garantiu Mondlane.
A convocação de Mondlane surge um dia após a audição de Manecas Daniel e Justino Mondlane, também membros da oposição, que acusaram a Procuradoria de funcionar como um braço político do regime.