Chapo Diz Que Protestos Destruíram Mais do Que a Guerra da RENAMO: Mondlane Apontado Como Culpado

 


O Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, comparou a destruição causada pelos protestos pós-eleitorais na província da Zambézia com os horrores da histórica Guerra Civil de 16 anos (1977–1992), afirmando que os danos atuais foram ainda mais devastadores.

> “Mesmo durante a guerra, a RENAMO ocupava vilas sem destruí-las. Hoje, vilas inteiras desapareceram,” declarou Chapo após concluir uma visita de três dias aos distritos de Morrumbala, Mocubela e Macurra.

O Presidente afirmou que hospitais, escolas, mercearias e casas foram completamente destruídos, e que os prejuízos públicos e privados são incalculáveis. O Governo estima que serão necessários 1.500 milhões de meticais (cerca de 20 milhões de euros) para reconstruir as infraestruturas afetadas.

As manifestações surgiram após as eleições gerais de 9 de outubro de 2024, quando Venâncio Mondlane, o principal opositor e candidato da oposição, rejeitou os resultados que consagraram Chapo, apoiado pela FRELIMO, como o quinto Presidente da República. A partir daí, protestos e greves foram convocados em todo o país, resultando, segundo ONGs, em cerca de 400 mortos e extensos danos materiais.

No centro das acusações, o Ministério Público responsabiliza Mondlane por ter incentivado uma “revolução” que mergulhou o país no pânico, terror e caos, usando suas transmissões ao vivo nas redes sociais como principais meios de mobilização.

O despacho de acusação da Procuradoria-Geral da República (PGR) enumera crimes como apologia pública ao crime, incitamento à desobediência coletiva, instigação ao terrorismo e incitação ao terrorismo, todos atribuídos ao líder opositor, que não reconhece os resultados das eleições.

Após a visita à Zambézia, Chapo participou em Joanesburgo, na Cimeira dos Movimentos de Libertação, organizada pelo ANC (África do Sul). No evento, ele apelou à união dos partidos libertadores da África Austral contra o avanço da extrema-direita:

> “Estamos a assistir a uma intensificação do apoio a grupos chauvinistas da extrema-direita que usam a Inteligência Artificial e redes sociais para espalhar desinformação e desacreditar os nossos governos”, disse Chapo, citando os riscos de “governos fantoches” tomarem o poder.

O encontro contou com representantes históricos como o MPLA de Angola, reforçando o apelo à resistência frente ao populismo digital que ameaça a hegemonia política da região.

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