Clemente Carlos analisa rumores sobre prisão iminente de Venâncio Mondlane e tensão política em Moçambique

Por: Clemente Carlos, Ofício da verdade 

Os rumores sobre um plano para deter Venâncio Mondlane, figura central da oposição moçambicana e líder do movimento "Anamalala", estão a ganhar cada vez mais força e credibilidade no ambiente político nacional.

Nos bastidores, analistas apontam que o presidente do Conselho Municipal de Maputo, Razaque Chapo, pode ter se distanciado do discurso de reconciliação por prever o que está por vir. “Não havia acordo nenhum”, disse Chapo recentemente — uma frase que, à luz dos acontecimentos, pode ser lida como uma estratégia para evitar ser rotulado de traidor no futuro.

Em múltiplas aparições públicas, inclusive durante visitas a escolas primárias, o Presidente da República tem feito constantes menções a "alguém que provocou manifestações violentas" após as eleições de 2024. Para o público geral, pode parecer apenas mais um discurso; mas para os mais atentos, essa narrativa parece preparar terreno para medidas mais severas.


A tensão agrava-se com o episódio da visita do presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, a Moçambique — onde Venâncio Mondlane não teve qualquer protagonismo ou sequer menção, apesar de ser reconhecido internacionalmente como defensor dos direitos humanos e da democracia.

Esse possível apagamento institucional e o silêncio diplomático reforçam os receios de que esteja em curso uma campanha de neutralização política, em que opositores veem seus direitos e liberdades restringidos, seja em aeroportos, seja no acesso ao emprego ou participação em atos públicos.

Diante de tudo isso, para muitos moçambicanos, a luta continua. A democracia permanece em teste.

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