J. Plácido Júnior interpreta Venâncio Mondlane: “A Frelimo cairá por um movimento amplo, não por um partido”


Num dos momentos mais intensos da política moçambicana recente, o jornalista J. Plácido Júnior lançou luz sobre o pensamento político de Venâncio Mondlane, figura cada vez mais central na oposição ao regime. Em texto forte e provocador, Plácido sintetiza o que parece ser a essência do projeto político de Mondlane:

“A Frelimo vai ser retirada do poder não por uma força partidária, mas por um movimento amplo que envolve partidos, sociedade civil e outros que não têm nenhum tipo de sectarismo.”


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Ao destacar essa visão, o jornalista não apenas reporta, mas interpreta. O que se coloca na mesa é um desafio direto à lógica tradicional de alternância de poder via partidos, e uma proposta ousada: um movimento nacional de regeneração, sem sectarismos nem rótulos ideológicos, capaz de romper com o ciclo de hegemonia da Frelimo.

A leitura de Plácido sobre Mondlane não é neutra. É, de certa forma, uma provocação ao status quo: e se o verdadeiro motor da mudança em Moçambique não for um partido, mas um sentimento coletivo? Uma rejeição generalizada ao modelo de governação vigente?

Mondlane tem insistido nessa narrativa. Mais do que fundar partidos, ele convoca consciências. Em tempos de crescente desilusão com as estruturas partidárias — tanto da oposição quanto do governo —, sua aposta parece ser a força da transversalidade, do ativismo cidadão, das ruas e das igrejas, dos jovens e dos desiludidos.

A análise de J. Plácido Júnior ecoa como um alerta. Não é um palpite, é uma previsão embasada numa leitura sociopolítica cada vez mais visível: a Frelimo não cairá porque a oposição cresceu, mas porque o povo cansou. E quando o povo cansa, partidos tornam-se secundários.

Essa ideia, embora sedutora para os que anseiam por mudança, traz consigo dúvidas legítimas: quem lidera um movimento sem líderes? Como se organizam as propostas sem estrutura? Como se protege a democracia do caos?

No fim das contas, talvez o que J. Plácido Júnior nos oferece, através de Venâncio Mondlane, seja mais do que uma frase — é um espelho colocado diante de um país cansado da repetição e sedento por reinvenção.

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