O Director-Geral do Serviço Nacional de Migração (SENAMI), Zainadine Danane, esclareceu esta terça-feira (15) os motivos que levaram ao imp£diment0 de entrada do humorista angolano Gilmário Vemba, do comediante português Hugo Sousa e do brasileiro Murilo Couto em Moçambique.
Segundo Danane, os três artistas portavam vistos incompatíveis com as actividades que pretendiam realizar no país, nomeadamente espectáculos culturais e eventos com fins lucrativos, o que viola a legislação migratória em vigor.
Embora Moçambique tenha acordos de isenção de vistos com Angola e Portugal, essa facilidade é válida apenas para visitas de turismo ou negócios — não abrangendo actividades profissionais como shows ou cultos religiosos.
O caso mais grave, segundo o SENAMI, seria o do cidadão brasileiro, que foi notificado ainda no dia 18 de Junho sobre a rejeição do seu visto, mas decidiu viajar mesmo assim, entrando no país em situação irregular.
O que dizem os críticos?
Apesar da explicação oficial, o público continua desconfiado, apontando possíveis motivações políticas por trás da decisão. O fato de Gilmário ter se reunido recentemente com Venâncio Mondlane, figura da oposição moçambicana, e ter feito publicações associadas ao movimento “Anamalala”, levantou suspeitas de censura disfarçada de formalidade.
O caso gerou grande repercussão nacional e internacional, com apelos por maior transparência e chamadas de atenção ao governo por parte de figuras públicas e internautas. Há também pressão para que Portugal e Brasil se pronunciem oficialmente, uma vez que os cidadãos barrados incluem seus nacionais.