Algumas organizações da sociedade civil em Moçambique estão a ser alvo de questionamentos públicos sobre alegadas práticas de vida faustosa por parte dos seus membros. A discussão foi levantada por vozes como a do jornalista Gustavo Mavie, que afirma conhecer indivíduos do setor com patrimónios considerados incompatíveis com os salários recebidos.
Segundo Mavie, existem casos de ativistas que possuem complexos escolares e condomínios que, segundo ele, não seriam sustentáveis apenas com remuneração formal, mesmo elevada. Ele sugeriu que pode haver má gestão de fundos, mencionando que parte significativa do financiamento recebido seria usada em salários e despesas internas.
Em resposta, organizações como o Centro de Integridade Pública (CIP) e a Fundação Mecanismo de Apoio à Sociedade Civil (MASC) negam tais alegações. Edson Cortez, diretor do CIP, afirmou que a instituição realiza auditorias anuais com empresas reconhecidas e que os relatórios são divulgados publicamente.
João Pereira, diretor do MASC, indicou que os salários nas OSC (Organizações da Sociedade Civil) são, de facto, mais elevados do que no setor público, mas dentro da média do setor não governamental, especialmente quando comparado com instituições internacionais. Acrescentou ainda que os doadores estão atualmente a reforçar o controlo sobre os gastos administrativos.
Alguns relatos não confirmados indicam que certos membros da sociedade civil terão sido afastados por má gestão de fundos, mas esses casos não foram oficialmente reconhecidos.
As organizações reiteram seu compromisso com a transparência e afirmam que os financiadores mantêm um acompanhamento rigoroso do uso dos fundos.