Num terreno de 32 hectares em Vilankulo, província de Inhambane, começa a ganhar forma uma nova centralidade urbana especialmente pensada para a juventude moçambicana. Trata-se de um projecto habitacional com 1.200 talhões em fase de demarcação, destinado a jovens que poderão, finalmente, ter acesso a terra infraestruturada com água canalizada, energia eléctrica e vias de acesso.
A iniciativa é liderada pelo Fundo de Fomento à Habitação e conta com o apoio do Ministério das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos. Mais do que um simples loteamento, o projecto visa criar comunidades organizadas, com qualidade de vida e oportunidades de desenvolvimento. O investimento do Estado já ultrapassa os 40 milhões de meticais.
O ministro Fernando Rafael explicou que esta nova centralidade responde não apenas à pressão demográfica e ao êxodo rural, mas também ao potencial económico e turístico da região de Vilankulo. Ele sublinhou que o objectivo do Governo é garantir que os jovens tenham acesso justo a espaços habitacionais em condições adequadas, e que este projecto será replicado a nível nacional, com a distribuição de cerca de 49 mil talhões em todo o país.
Apesar do entusiasmo, surgiram rumores de que cada talhão estaria a ser comercializado por 200 mil meticais, o que causou preocupação entre os beneficiários. No entanto, o ministro esclareceu que ainda não foi definido qualquer valor a ser pago, e garantiu que os talhões não são um negócio, mas sim uma resposta concreta à necessidade habitacional da juventude.
Esta nova centralidade representa um marco na política de habitação em Moçambique, num contexto em que o acesso à terra e à habitação digna continua a ser um dos maiores desafios para a população jovem. O Governo aposta, assim, na criação de bairros com estrutura mínima garantida, permitindo que os beneficiários possam construir em segurança e dignidade.
Vilankulo transforma-se, deste modo, num exemplo do que pode ser um novo modelo urbano inclusivo, pensado para responder às necessidades reais da juventude moçambicana. Mais do que lotes de terra, o projecto oferece esperança, oportunidade e um novo começo para quem deseja construir o seu futuro com estabilidade.