No segundo dia da sua visita à Província de Maputo, o Presidente da República, Daniel Chapo, enfrentou um momento de forte interpelação pública, ao ser confrontado por funcionários e agentes do Estado com várias preocupações sociais que afectam directamente o sector público. Entre os principais assuntos levantados destacaram-se a ausência de segurança nas escolas, a falta de carteiras para os alunos e o impacto negativo do encerramento dos escritórios da USAID em Maputo.
Uma professora chamada Cristódia foi uma das primeiras a tomar a palavra, expondo a realidade enfrentada por muitas escolas moçambicanas. Segundo ela, apesar do esforço das comunidades na construção de salas de aula, os alunos continuam a estudar sentados no chão por falta de carteiras. “Com o apoio que os pais e encarregados de educação têm dado para a construção de salas, eu queria pedir que o Governo, pelo menos, das escolas já existentes, para que possam apoiar com as carteiras, porque as crianças saem das sombras, mas voltam às salas de aulas para sentar no chão”, apelou.
Em resposta, Daniel Chapo reconheceu o esforço comunitário e enalteceu o envolvimento dos cidadãos na melhoria das infra-estruturas escolares. O Chefe de Estado garantiu que o Governo está atento às necessidades de apetrechamento das escolas e sublinhou que medidas adicionais deverão ser implementadas para responder às lacunas apontadas.
Outro ponto sensível levantado foi a ausência de efectivos da Polícia da República de Moçambique nas escolas, um problema que tem deixado professores, alunos e pais apreensivos face ao aumento de casos de violência e insegurança nos estabelecimentos de ensino. A justificação dada por alguns responsáveis locais tem sido a alegada escassez de pessoal policial para garantir a presença regular nas instituições educativas.
Entretanto, a preocupação que mais gerou murmúrios foi a saída da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) de Moçambique, uma decisão que, segundo os funcionários públicos presentes, ameaça gravemente o fornecimento de medicamentos essenciais para pessoas que vivem com HIV/Sida no país. Um dos intervenientes pediu directamente ao Presidente para que o Governo encontre soluções urgentes para manter as respostas ao VIH a nível nacional, destacando o papel central que a USAID tem desempenhado nesta área crítica da saúde pública.
Daniel Chapo prometeu analisar com a devida atenção as questões apresentadas, e apelou à paciência e colaboração de todos os sectores, reiterando que a estabilidade e o desenvolvimento de Moçambique exigem o envolvimento activo dos cidadãos e parceiros internacionais.
Categoria:
Política