Num momento em que 7 milhões de moçambicanos enfrentam desnutrição crónica, o sistema de saúde pública sofre com falta de medicamentos e profissionais mal remunerados, e milhares de crianças continuam fora do sistema educativo, o Presidente da República, Daniel Chapo, tomou uma decisão controversa.
Chapo aprovou a concessão de “direitos e regalias” aos membros do Conselho Nacional de Defesa e Segurança (CNDS) — um órgão composto por militares, membros da secreta e altos quadros do governo. A medida surge num contexto de grave crise social e económica, em que o próprio Estado alega escassez de fundos para responder às necessidades básicas da população.
Segundo a denúncia publicada pelo @Verdade, esta decisão levanta sérias questões sobre as prioridades do governo e a fidelidade às promessas eleitorais de inclusão e justiça social. A ausência de transparência sobre os benefícios concedidos e o custo orçamental dessas regalias agrava ainda mais a insatisfação popular.
Enquanto isso, os enfermeiros continuam a trabalhar em condições precárias, os professores abandonam salas de aula por falta de salários dignos, e milhares de famílias sobrevivem com uma alimentação abaixo do mínimo aceitável.
A crítica é clara: em vez de investir no povo, o governo continua a proteger e premiar as elites do poder.