O Governo de Moçambique avaliou o desempenho do Plano Económico, Social e Orçamento do Estado (PESOE) referente ao primeiro semestre de 2025, durante a 28.ª Sessão do Conselho de Ministros, e submeteu o balanço à Assembleia da República, em conformidade com a Lei do Sistema de Administração Financeira do Estado (SISTAFE).
O relatório indica que o Executivo gastou 213,4 mil milhões de meticais em despesas públicas, enquanto arrecadou 171,8 mil milhões de meticais em receitas fiscais, gerando um défice de 41,6 mil milhões de meticais.
Dos 231 indicadores avaliados no semestre, 134 (58%) foram plenamente cumpridos, 56 (24%) atingiram parcialmente as metas, e 41 (18%) não foram alcançados. A execução de receitas representou 44,5% da previsão anual, ligeiramente acima dos 44% registados em igual período de 2024. Já as despesas corresponderam a 41,6% da meta anual, comparadas a 39,9% no mesmo período do ano anterior, refletindo uma redução real de 8,6%.
Segundo o porta-voz do Governo, Inocêncio Impissa, o semestre foi marcado pela implementação eficaz do Plano dos Primeiros 100 Dias de Governação, reforçando a articulação entre políticas públicas e a territorialização das acções. Apesar do PIB ter registado uma recessão de 3,9%, devido a manifestações pós-eleitorais, ataques terroristas em Cabo Delgado, passagem dos ciclones Dikeledi e Jude, e impactos de conflitos internacionais, o país melhorou a estabilidade macroeconómica, criou linhas de financiamento para o sector produtivo e direcionou ações para a recuperação da economia e o bem-estar da população.
Durante a mesma sessão, o Governo aprovou a extinção da Empresa Regadio do Baixo Limpopo (RBL, EP), transferindo a gestão dos regadios para o Instituto Nacional de Irrigação (INIR), beneficiando cerca de 21.000 produtores e promovendo diversificação das fontes de receita. Também foram apreciados o fecho do cronograma de criação do Banco de Desenvolvimento de Moçambique, o início do funcionamento do Fundo de Recuperação Económica (FRE, FP), do Fundo de Garantia Mutuária, além dos resultados preliminares da Avaliação da Segurança Alimentar no Período Pós-choque 2025 e a Folha de Balanço 2019-2024.