Maputo, 14 de Maio de 2025 Por Jornal Creactor
A cidade de Nampula vive um dos seus momentos mais crÃticos no que diz respeito à gestão de resÃduos sólidos. As ruas, os bairros e até as principais vias estão a perder a batalha contra o lixo, resultado direto da escassez de recursos humanos e materiais no sector de Salubridade do MunicÃpio.
Tudo começou com o afastamento de cerca de 1.100 trabalhadores, dos quais 600 desempenhavam a função essencial de varredoras da cidade. A medida, tomada por razões administrativas — principalmente por irregularidades no processo de contratação —, deixou um vazio evidente na força de trabalho. Apesar de não terem seguido os trâmites legais da função pública, essas pessoas eram o motor da limpeza urbana. E a cidade está a sentir a sua falta.
Hoje, Nampula produz cerca de 700 toneladas de lixo por dia, mas apenas 40% dessa quantidade é recolhida. O que sobra — e é muito — acumula-se nos bairros, nas bermas das estradas e até em zonas comerciais, comprometendo a saúde pública e a imagem da cidade.
A situação nas lixeiras municipais não é melhor. A única máquina bulldozer usada para o manuseamento do lixo encontra-se avariada desde Dezembro do ano passado. O lixo acumula-se sem qualquer tratamento adequado, agravando o risco de contaminação e proliferação de doenças.
Face ao cenário caótico, o MunicÃpio tenta salvar a cidade através de parcerias com associações locais, procurando assinar memorandos para reforçar os serviços de limpeza. Mas a eficácia dessas medidas ainda é incerta, e os moradores continuam a conviver com o lixo.
Moradores e activistas ambientais alertam para a urgência de uma solução estrutural, que passe não só pela contratação transparente de pessoal, mas também pelo investimento em meios técnicos e educação ambiental. Nampula precisa de uma resposta rápida — antes que o lixo tome conta de tudo.
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