O ex-Presidente da República de Moçambique e Chefe da Missão de Observação Eleitoral da União Africana (UA), Filipe Nyusi, gerou uma forte reação na Guiné-Bissau após declarar que "existem resultados, e esses resultados devem ser publicados. Há um vencedor".
Crítica de "Leviano"
As declarações de Nyusi, proferidas em entrevista à Rádio Moçambique, contrariaram o posicionamento da Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Bissau, que havia alegado inexistência de condições técnicas e logísticas para avançar com o escrutínio, na sequência de um golpe de Estado.
Os aliados do Presidente deposto da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, não receberam bem a mensagem. Em conferência de imprensa, o porta-voz da campanha de Sissoco, José Paulo Semedo, condenou a postura de Nyusi.
Semedo classificou as declarações de Nyusi como "infelizes e perigosas" e acusou o ex-estadista moçambicano de se ter demonstrado "leviano ao tentar testemunhar o que não presenciou".
Semedo esclareceu que o candidato Sissoco Embaló partilha a opinião de que os resultados devem ser divulgados, tendo enviado uma carta à CNE sobre as declarações de Nyusi.