Um vídeo viral de uma tarde cultural no colégio católico Nossa Senhora da Assunção, em Angola, está a gerar controvérsia e indignação nas redes sociais e na sociedade em geral. Nas imagens, quatro professores e alguns alunos aparecem dançando Kuduro, um estilo musical popular e energético muito apreciado pela juventude angolana.
O episódio, que inicialmente pretendia ser apenas um momento recreativo durante uma atividade escolar, acabou por ter consequências graves. A direção da instituição decidiu expulsar os quatro docentes envolvidos, assim como os estudantes que participaram da performance.
A decisão foi justificada pela alegada "inadequação da conduta" ao ambiente escolar e aos valores promovidos pela instituição. No entanto, a medida tem sido alvo de críticas por parte de pais, ativistas, artistas e membros da comunidade, que consideram a punição desproporcional e discriminatória.
O Kuduro, nascido nos bairros populares de Luanda, é hoje uma expressão artística reconhecida, representando identidade, juventude e resistência cultural. A repressão a este tipo de manifestação levanta questões sobre preconceito de classe e o papel da educação na valorização das expressões culturais nacionais.
Enquanto alguns defendem a disciplina e os princípios da escola, outros apontam para a necessidade urgente de rever os critérios pedagógicos, lembrando que uma tarde cultural deve ser espaço de liberdade criativa e respeito à diversidade.
O caso segue em debate público, com muitos exigindo a reintegração dos professores e alunos, e apelando a uma educação mais inclusiva e aberta à cultura popular angolana.