Dois homens foram condenados a quatro anos e três meses de prisão nesta quarta-feira, por terem destruído uma das árvores mais icónicas do Reino Unido: a "Sycamore Gap", localizada junto à Muralha de Adriano, no norte da Inglaterra.
A árvore, um sicômoro com quase 200 anos de existência, era conhecida por sua posição solitária no centro de uma depressão entre colinas e tornara-se símbolo nacional, aparecendo em filmes de Hollywood, como “Robin Hood: O Príncipe dos Ladrões” (1991). O local era popular entre fotógrafos e casais que o escolhiam para pedidos de casamento.
Os réus, Daniel Graham, de 39 anos, e Adam Carruthers, de 32, usaram uma motosserra para cortar a árvore durante a madrugada de setembro de 2023. Segundo o tribunal, os dois filmaram o ato e depois se vangloriaram, tratando-o como uma “missão imbecil”.
A destruição gerou revolta nacional e críticas internacionais, especialmente pelo facto de a árvore estar localizada ao lado da Muralha de Adriano, uma estrutura com quase 2.000 anos, classificada como Patrimônio Mundial da UNESCO. Parte da muralha também foi danificada na ação.
Inicialmente, Graham e Carruthers negaram envolvimento. No entanto, acabaram por admitir o crime em declarações posteriores à polícia. O advogado de Carruthers classificou o ato como uma “estupidez alcoólica”. Já a juíza Christina Lambert, ao proferir a sentença, declarou que a árvore foi derrubada por "pura fanfarronice".
A repercussão levou milhares de pessoas a prestarem homenagens ao local onde apenas o toco da árvore permanece. Em nota, o National Trust, entidade de conservação responsável pelo local, informou que há sinais de regeneração na base do tronco, o que mantém a esperança de que a árvore possa voltar a crescer com o tempo.
A "Sycamore Gap" havia sido eleita “Árvore do Ano” no Reino Unido em 2016, e era considerada um símbolo de identidade cultural e natural da região.
Fonte: imprensa britânica