A tensão política voltou a subir na Cidade da Beira. A bancada da FRELIMO na Assembleia Municipal está a acusar o presidente do município, Albano Carige, de ter usado indevidamente 10 milhões de meticais dos cofres públicos para financiar projetos juvenis de geração de receitas, sem o aval da Assembleia.
Segundo os representantes da FRELIMO – que estão na oposição neste município –, Carige deveria ter submetido previamente a proposta de financiamento para apreciação e aprovação formal, antes de avançar com a execução.
Em resposta, o Edil da Beira reagiu com espanto às acusações e esclareceu que o valor atribuído aos projetos juvenis consta no Plano Quinquenal 2024–2028, aprovado por unanimidade pela própria Assembleia Municipal no ano passado.
> “É surpreendente que agora reclamem. O plano que aprovaram inclui exatamente esse financiamento anual até ao fim do mandato”, afirmou Carige, visivelmente indignado.
O autarca sugeriu ainda que, se houve alguma irregularidade, a bancada da FRELIMO também tem responsabilidade, pois validou o plano sem objeções. Nas suas palavras, “terão contribuído para o suposto branqueamento de capitais”.
Carige também fez questão de sublinhar que os fundos não vieram de fontes externas, mas sim do próprio orçamento do município, e que a iniciativa será anual até 2028, como parte do compromisso com o empreendedorismo juvenil e o combate ao desemprego.
O caso promete aquecer ainda mais os debates políticos na Beira, sobretudo à medida que o plano começar a ser implementado e os fundos forem distribuídos a jovens empreendedores.