O caso da mulher de 43 anos que perdeu a vida em Sofala ganhou novos contornos. Contrariando as primeiras suspeitas de tortura, os dez familiares detidos, incluindo uma curandeira, afirmam que a vítima morreu por negligência própria durante um ritual tradicional.
Segundo os detidos, a cerimónia tinha como objetivo eliminar os problemas que afetavam a família. O irmão mais velho da vítima, que liderava o grupo, declarou que a mulher poderia ter evitado a morte se tivesse “confessado” algo que escondia. Ele acrescentou que, conforme orientações da curandeira, quem tivesse culpa ou problemas ocultos não deveria participar do processo.
A curandeira, acusada de influenciar os seis irmãos a maltratar a mulher, negou responsabilidade, embora tenha admitido que o seu trabalho apontou a vítima como causa dos males da família.
Apesar das justificativas, sinais de queimaduras encontrados nas mantas usadas para cobrir a mulher reforçam o relato da filha, que acusa os tios de terem queimado a mãe.
A Polícia da República de Moçambique sustenta que os dez suspeitos – seis irmãos, a curandeira e outros envolvidos – foram responsáveis pela morte, e confirma que todos serão apresentados ao juiz de instrução criminal para os devidos trâmites.
