Pelo menos 300 homens estão registados como envolvidos em práticas de prostituição masculina na província de Manica, com destaque para a cidade de Chimoio, segundo revelou a Associação Kudzanai. A organização presta apoio direto a estes indivíduos, cuja presença neste tipo de atividade tem vindo a aumentar nos últimos anos.
De acordo com Paciência Nesta, directora-executiva da associação, o fenómeno atinge adolescentes, jovens e adultos, algo considerado incomum até há poucos anos na região, surpreendendo a comunidade local e gerando debates sociais e culturais.
Além de Chimoio, os principais focos desta prática incluem o posto administrativo de Inchope (distrito de Gondola), a fronteira de Machipanda (distrito de Manica) e a vila de Chipungabera (distrito de Mossurize).
Os clientes, segundo relatos recolhidos no terreno, incluem mulheres solteiras e viúvas com poder económico, bem como homens que mantêm relações com outros homens, evidenciando a diversidade do perfil dos consumidores deste serviço.
Trabalhadores de Sexo (TS) ouvidos pela reportagem apontam como principais motivos da sua entrada nessa atividade a situação económica precária, problemas de autoestima, distúrbios psicológicos e, em alguns casos, a dependência de substâncias ilícitas.
A Associação Kudzanai continua a prestar apoio psicossocial, de saúde e reinserção social a estes homens, ao mesmo tempo que apela por mais políticas públicas e atenção social sobre esta realidade crescente na província.