No Dia Internacional da Juventude, assinalado em 12 de agosto, jovens do distrito de Montepuez, em Cabo Delgado, realizaram uma marcha pacífica para exigir justiça social, respeito pelos direitos humanos e maior transparência na gestão de recursos e oportunidades no país.
Empunhando cartazes e entoando palavras de ordem, os manifestantes denunciaram a falta de autonomia sobre terras comunitárias, casos de corrupção no acesso a empregos públicos e a violência que afeta a província há anos. Entre as mensagens expostas, lia-se: “Sou o dono da terra sem nunca ter mandado nela… cheira ao tempo colonial”, numa crítica direta à exclusão das comunidades nas decisões sobre seus territórios. Outro cartaz afirmava: “Vaga não é negócio”, denunciando alegados esquemas de suborno em processos de recrutamento.
O ativista social Milo Samuel Mariano declarou que “ser jovem e não lutar pela libertação do seu distrito, província ou país é um desperdício de juventude”, apelando pela liberdade de Cabo Delgado e pelo fim imediato da violência.
O protesto, que reuniu homens e mulheres de diferentes idades, decorreu sem incidentes, reforçando a vontade popular por um futuro de paz e oportunidades para todos.