O Presidente da República, Daniel Chapo, voltou a reafirmar a possibilidade de dialogar com os líderes do grupo insurgente que há oito anos provoca violência e instabilidade em Cabo Delgado. Em entrevista à televisão Aljazeera, do Qatar, o Chefe de Estado sublinhou que o Governo está a apostar em duas frentes: a militar e a diplomática.
“Vamos continuar a combater no terreno, em defesa da pátria e do nosso povo, com o apoio da SADC e de parceiros como Ruanda e Tanzânia. Mas também acreditamos que o diálogo pode abrir caminho para a paz, tal como aconteceu em conflitos anteriores da nossa história”, afirmou.
Chapo lembrou que tanto a luta de libertação contra o colonialismo, como a guerra civil com a Renamo, só terminaram após negociações. “As guerras sempre acabam na mesa de diálogo”, frisou.
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O estadista considera essencial identificar as lideranças e motivações dos insurgentes, a fim de avançar por vias diplomáticas. Para ele, a prioridade é devolver paz e segurança a Cabo Delgado, onde a insurgência se concentra sobretudo na zona norte, rica em recursos como o gás natural.
Apesar das sucessivas declarações, ainda não foi revelado se já existem contactos concretos entre o Governo e os líderes insurgentes.