Nhonguistas na LAM: Diretor Financeiro e Quadro Jurídico Suspensos por Sobrefaturação Milionária


 Dois quadros de topo da Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) foram suspensos das suas funções esta terça-feira (22), após uma auditoria interna ter descoberto evidências do seu envolvimento num esquema de sobrefaturação que lesou a companhia aérea nacional em milhões de meticais.

Os visados são Clérgio Muhate, até então Diretor Financeiro, e Henrique Comiche, quadro do gabinete jurídico da empresa. Segundo informações obtidas pela "Carta", os dois são suspeitos de orquestrar um esquema onde cobravam valores exorbitantes pela tradução de documentos legais da LAM.

O esquema passava pelo recurso a uma tradutora ajuramentada que, alegadamente, emitia faturas forjadas. A sobrefaturação era de tal ordem que serviços com um custo real de 50 mil meticais chegavam a ser faturados à LAM por mais de 1 milhão de meticais, totalizando um prejuízo estimado em 48 milhões de meticais.

Para justificar a necessidade das traduções e os custos elevados, os suspeitos terão invocado falsas solicitações do Gabinete Central de Combate à Corrupção (GCCC), alegando que os documentos eram necessários para uma investigação em curso na companhia.

A descoberta desta prática ocorreu de forma "episódica" durante o levantamento de dados para uma auditoria forense mais vasta, focada na gestão da LAM pela empresa sul-africana Fly Modern Ark, entre abril de 2023 e novembro de 2024.

Clérgio Muhate e Henrique Comiche foram suspensos no âmbito de um processo disciplinar interno. Até ao momento, não foram constituídos arguidos em processo-crime.

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