A Renamo, principal partido da oposição em Moçambique, voltou a exigir publicamente que o seu falecido líder histórico, Afonso Dhlakama, seja oficialmente reconhecido com o título de "Pai da Democracia" no país.
A reivindicação foi feita em Nampula, durante um comício alusivo ao Dia da Paz e da Reconciliação Nacional. Abiba Aba, delegada da Renamo na província, foi a porta-voz da exigência, mas sublinhou que a verdadeira homenagem a Dhlakama e a André Matsangaíssa só será alcançada com o fim dos "roubos eleitorais".
Segundo a dirigente, a paz e a democracia, seladas no Acordo Geral de Paz de 1992, estão a ser comprometidas pelas práticas que distorcem a vontade popular. "A fraude eleitoral sistemática é uma das mais graves violações dos acordos e continua a ser fonte de conflitos e instabilidade. A verdadeira homenagem aos nossos heróis é respeitar a soberania do povo", declarou Abiba Aba, citada pelo Jornal Rigor.
Apesar das críticas, a delegada assegurou que o partido mantém o seu compromisso com a paz e não defende o retorno à guerra, apelando à juventude para que rejeite os discursos de ódio.
Na sua intervenção, Abiba Aba tocou também noutro ponto sensível dos acordos: a urgência na definição das pensões e subsídios para os ex-guerrilheiros da Renamo, no âmbito do processo de DDR, afirmando que a lentidão neste processo "fere a confiança" entre as partes. A Renamo reafirmou assim o seu compromisso em lutar para que os acordos assinados não se tornem "letra morta".
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