A RENAMO, principal partido da oposição em Moçambique, volta a enfrentar tensões internas depois de declarações contundentes feitas por Arnaldo Chalaua durante o programa “Resenha Semanal”, transmitido pela TV Miramar no último domingo.
Chalaua afirmou que os indivíduos que estão acampados na sede nacional do partido, em Maputo, não são ex-guerrilheiros, como alegam, mas sim membros da extinta Junta Militar, uma ala dissidente criada por Mariano Nhongo. Segundo ele, esses elementos estariam a criar instabilidade e tentando deslegitimar a liderança atual da RENAMO, sem qualquer respaldo nos processos oficiais de desmobilização e reintegração.
“Essas pessoas não fazem parte do grupo de ex-combatentes reconhecidos no DDR (Desarmamento, Desmobilização e Reintegração). Eles são da Junta Militar e estão ali com objetivos políticos encobertos”, afirmou Chalaua.
A denúncia reacende o debate sobre a influência remanescente da Junta Militar dentro da estrutura partidária, mesmo após a morte de Nhongo em 2021. O episódio mostra que o processo de pacificação interna da RENAMO ainda está longe de estar concluído, com divisões que continuam a minar a credibilidade e coesão do partido.
A crise atual coloca em xeque a capacidade da liderança da RENAMO de controlar sua base e manter a unidade rumo às eleições de 2025.
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Política