Por Jornal Creator
A ação, descrita por observadores como um "acto de desobediência organizada", marca um episódio inédito na história recente da organização. O local, que até então servia como espaço de deliberação estratégica das lideranças da RENAMO, foi ocupado pelos dissidentes, que prometeram escalar os protestos até à ocupação da residência oficial de Momade.
Os ex-combatentes, muitos dos quais participaram nos conflitos armados da guerra civil, alegam que a liderança atual traiu os ideais fundadores do movimento, comprometendo valores como a democracia, os direitos humanos e a justiça social – princípios que motivaram a luta armada por mais de uma década.
Segundo os insurgentes políticos, a queda da RENAMO do segundo para o terceiro lugar nas últimas eleições gerais de 9 de outubro de 2024 reflete uma grave crise de representatividade. Eles responsabilizam diretamente Ossufo Momade por essa derrocada eleitoral e exigem sua saída imediata da presidência do partido.
"Estamos a tentar resgatar a alma da RENAMO. O congresso em Alto-Molócuè foi um funeral disfarçado da organização. Queremos devolver dignidade ao partido", afirmou um dos líderes do movimento de contestação.
A rebelião interna já se estendeu à sede nacional da RENAMO na Cidade de Maputo e à delegação da Cidade da Matola, na província de Maputo, consolidando o controlo dos contestatários sobre estruturas-chave do partido.
O ambiente é de forte tensão, e cresce a expectativa sobre como Ossufo Momade e a direção nacional da RENAMO irão responder à pressão crescente, num momento crítico para o futuro da oposição moçambicana.
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