ÚLTIMA HORA: SERNIC nas Mãos do Ministério Público: Nova Lei Redesenha o Futuro da Investigação Criminal

 


Maputo,15 de Maio de 2025 Por Jornal Creactor 

Uma transformação profunda está a caminho para o Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC), que poderá deixar de responder ao Ministério do Interior para passar a estar sob alçada directa da Procuradoria-Geral da República. Esta mudança estrutural está prevista na nova proposta de revisão da lei orgânica do SERNIC, submetida recentemente à Assembleia da República pelo Presidente da República.

Ao contrário da proposta anteriormente apresentada pelo Governo, esta nova versão  que poderá ser debatida em plenária já esta semana rompe com o modelo paramilitar do SERNIC. A instituição passará a ter natureza de Polícia Judiciária, assumindo um papel mais técnico e voltado para a investigação de crimes complexos, em estreita ligação com a administração da justiça.

De acordo com o artigo 5 da proposta, a superintendência do SERNIC será exercida pelo Procurador-Geral da República. Esta autoridade terá poder para emitir directivas estratégicas, definindo os objectivos prioritários para os serviços de investigação, sem interferir na autonomia operacional e táctica dos agentes.

A proposta vai mais longe ao detalhar que o Procurador-Geral poderá, durante a fase de instrução preparatória, solicitar informações consideradas essenciais para assegurar o cumprimento da legalidade, exercendo assim uma fiscalização superior sobre os actos processuais.

Outro aspecto inovador da proposta é a criação de Unidades Especializadas, focadas em áreas específicas da criminalidade. Entre elas destacam-se:

Unidade de Prevenção e Combate à Cibercriminalidade

Unidade de Perícia Financeira e Contabilística

Unidade de Combate à Corrupção

Unidade de Recuperação de Activos

Estas unidades serão equipadas com peritos altamente qualificados, visando responder aos desafios cada vez mais sofisticados da criminalidade organizada e económica.

A mudança representa um passo estratégico na reforma da justiça criminal em Moçambique, colocando a investigação sob orientação directa do Ministério Público, e promete reforçar a independência e eficácia na luta contra o crime grave e complexo.

Resta agora saber qual será a posição dos deputados quando a proposta for levada ao plenário.



COMPARTILHA 

Postagem Anterior Próxima Postagem